Familia Belli pesquisa de Fabiano Belli Custódio

Familia de Sebastian e André Belli por Fabiano Belli Custódio 




Introdução 

Por Carmen L.Fossari

Fabiano Belli Custódio  realizou uma extensa pesquisa sobre a família  Belli , postando numa página do FB , por ele criada para a família Belli .

Eu  Bisneta de Sebastiào Belli , neta de José Belli acompanhei as postagens e com a anuência do Fabiano Belli Custódio, passo a republicar os textos e pesquisas , por ser um tema que me toca profundamente .Cresci indo à Brusque , desde Florianópolis , nos feriados e férias , ali vivi momentos mágicos na casa dos avós .Muitos tios , tias , tios e tias  avós , mas de dezena de primos , primos em segundo grau ,primos / primas de primos/ primas.


A infância habita no país da memória afetiva , e dentre tantas pessoas uma tornou-se um ícone por sua ímpar personalidade , meu avô José Belli ,que quando completou 80 anos passou a realizar festa de três dias , nela recebia tod@s Belli que habitavam na cidade .


 Opapa, casado com Teresa Rudolff , Omama ,foi uma das pessoas e personalidades mais emblemáticas que conheci.

Viveu até os 93 anos , tive a sorte de um dia antes ir à Brusque, com minha irmã Rosa  , e escutarmos  pela última vez suas memoraráveis histórias .


Era um artista da madeira , marceneiro e um  escultor de móveis como obras de arte , possuiu até os 85 anos um fábrica de móveis em Brusque Belli Móveis 

.Quando chegávamos de férias e nos  feriados em Brsque , parava por um tempo a fábrica para que visitássemos e fizéssemos   algum trabalho em madeira .

 Na época que fumou charuto reunia as netas mais velhas para ensinar a fumar charutos.Necessário dizer que era inconcebível mulheres fumarem , aliado ao fato de a época o fumo ainda não ser associado a carcinomas.


Plantou árvores frutíferas até os seus  90 anos de idade.

E quando alguém pontuava : Seu Belli , plantando arvore que não vai comer os frutos-    respondia : eu até hoje comi os frutos  das  que outros plantaram. 


Em sua casa  plantou um pomar e criava aves, adorava cachorros e os adestrava para entreter netos, netas. O jardim de sua casa tinha por exemplo camélias , palmeiras raras.

Das estórias que narrava contava da dor de perder cedo a mãe Gertrudes , e do casamento posterior do pai quando os filfos do primeiro  cadamento , com os filhos da segunda esposa e os filhos da segunda esposa com Sebastian  discutiam , então os pais comentavam: os teus filhos , com os meus filhos estão discutindo com os nossos filhos . Nenhuma mágoa só alegria relembrando sua vida.

 Enfim em homem que tinha orgulho imenso  do pai, um grande ferreiro ,dizia , um artista e saia a caminhar tanto em Brusque quanto em Florianópolis apontando belas sacadas de ferro pelo pai forjadas em ferro e arte .

Com esse preâmbulo apaixonado pelo avõ, cuja longevidade permitiu conviver mais amiúde , diferente da avó materna cuja doce figura está tatuada no coração , mas cuja convivência foi reduzida , por sua partida bem mais cedo ,

passo à pesquisa do Fabiano Belli Custódio, antes porém registrando os filhos e filhas que José e Teresa Rudolff Belli  tiveram: José ,Evaldo, Celso, Ervino , Hilário , Mário , Irene Maria,Edésia e Dolores.




José Belli está assinalado com vermelho .





Bodas de Ouro , na primeira fila de  pé , da esquerda à direita Ivana Fossari,Lety Barbi,Domingos Belli Fossari,Nanci Barbi,Blandina Belli, Carmen,Margarete Belli,Ivani Belli.




Grupo destinado a coletare compartilhar informações sobre a familia Belli, descendentes de Valentin e Sebastian Belli que chegaram ao Brasil em 30 de junho de 1876 vindos de Bolzano, na época, império Austro-Hungaro. Por Fabiano Belli Custódio.


A Facebook group that intends to collect and share information about the Belli family, descendants of Valentin and Sebastian Belli who arrived in Brazil on June 30, 1876 from Bolzano, at the time, Austro-Hungarian empire.

PARTE I - INICIO DE UMA NOVA VIDA, ADEUS TIROL, ADEUS AUSTRIA.

Por Fabiano Belli Custódio .


Sebastian levantou cedo naquela manhã de primavera. Olhou as montanhas ao norte que ainda estavam com a neve do inverno e teve a certeza de que aquela seria a ultima vez que contemplaria os alpes que fez parte de sua infancia. Teria que deixar seu país - a Austria - os irmãos, sua comunidade e seguir com seu pai para uma nova terra aonde, segundo diziam, teria mais chances de prosperar como agricultor e ferreiro.

Sebastian era o nono filho de Valentin e Josefa, se bem que Peter ja havia falecido com apenas cinco anos. Tomar a decisão de cruzar o oceano para novas terras não foi fácil, era escolher entre enfrentar a crise economica que assolava a Austria desde o crash da bolsa de Viena em 1873 ou se aventurar em um território de que pouco ou nada sabia. Convidados pela Coroa Brasileira na pessoa de D. Pedro II, italianos e austríacos seguiam rumo as novas terras.


Sebastian tinha 20 anos, não falava a lingua local, não tinha parentes, não tinha sequer certeza de qual cidade seguiria depois de aportar no Rio de Janeiro.

O plano era simples: ele e seu pai Valentin deixariam seus 8 irmãos em Bolzano no sul to Tirol, seguiriam até o porto de Genova na Italia, de lá zarpariam rumo ao Brasil aonde desembarcariam no Rio de Janeiro e de lá seguiriam para o sul do país para onde os trentinos estavam rumando.

Tres semanas de viagem num navio vapor à, no dia 31 de julho de 1876 eles chegavam no Brasil.

Assim, no ano de 1876, no meio das montanhas do Tirol e no porto do Rio de Janeiro começava a história da Familia Belli no Brasil.

Foto: Sebastian Belli (no Brasil recebeu o nome de Sebastião Belli). Ano da foto desconhecido.





Belli Alemão ou Italiano?


Pergunta que não quer calar: 

Se Belli é sobrenome italiano, por que tanto o Sebastian Belli quanto os descendentes diretos falavam o alemão e não o italiano?

Para responder a essa questão precisamos voltar a 28 de janeiro de 1856, data de nascimento de Sebastian Belli (vide registro de nascimento abaixo). Nessa época a provincia de Bolzano pertencia ao império Austriaco (vide mapa abaixo). No caso da provincia de Bolzano, o italiano e o alemão eram as linguas oficiais mas no sul do Tirol a lingua falada pelo povo era o alemão. 

Hoje Bolzano faz parte do territorio italiano mas a nacionalidade registrada de Sebastian Belli era "Austriaca", motivo esse pelo qual nossos avós, bisavós falavam o alemão, e não o italiano.

Essa característica é comum nos chamados imigrantes Trentinos: Nacionallidade austriaca em território italiano.

Em anexo também uma foto atual da St.-Jakob-Straße, 271 em Bolzano (ou San Giacomo), aonde nasceu Sebastian Belli.

p.s. além disso os descendentes de Sebastian tiveram outro motivo para falar o alemão mas .... vou deixar isso para outra postagem.

p.s.2. Se der tudo certo ( e vai dar), eu, Erica, Maria Luiza, Vicente e Ivana estaremos tirando uma foto em Bolzano no próximo mes de Julho e postando aqui no grupo.

p.s.3. "Frohe Weihnachten und viel Glück im Neun Jahr".



A Matriarca


Já falei do nosso patriarca Sebastian Belli mas, logicamente nós não estariamos aqui se ao lado dele não existisse uma mulher. O nome dela (a primeira) é Maria Gertrud Steiner.


Gertrud Steiner migrou para o Brasil junto com a família, vinda da Alemanha (lembra que eu falei que o Sebastian tinha outro motivo para falar o alemão além da origem austriaca???). 

Maria Gertrud nasceu no ano de 1853 na Cidade de Waldbreitbach no Distrito de Neuwied, atual Estado Alemão da Renania-Palatinado (RheinlandPfalz). Casou-se com Sebastian Belli em Brusque aos 22 anos em 1877 e faleceu com 40 anos de idade em 21 de Abril de 1893. Gertrud teve 11 filhos com Sebastian:


Pedro José Belli


Leão Belli


José Belli


Luiza Belli


Francisco Belli (Iria, acredito que seja teu avo)


Maria Belli


Ana Belli


Sebastião Belli


Teodoro Belli


Paulina Belli


Carlos Belli (Everaldo, no caso o teu tataravo)


Com a morte de Gertrud, Sebastian casou-se novamente com Ana Maria Knihs. Com Sebastian, Ana Maria teve mais 6 filhos.


João Belli


Gertrudes Belli (Everaldo, fiquei na duvida mas como voce falou que a Gertrudes era filha de Carlos .... ficou mais facil).


Alice Belli


Inês Belli


Antônio Belli


Helena Belli


Não consegui encontrar a data de saída de Maria Gertrudes da Alemanha mas sei que saiu via porto de Hamburgo. Outra dúvida fica por conta do sobrenome: 

Steiner "pode" ter sido de origem judaica, ou seja, cristão novo. Infelizmente durante a segunda guerra todos os registros judaicos foram destruidos. O que sabemos é que a colonizacao judaica na região comecou no século XII. Acredito que nunca saberemos a real origem (exceto que alguem na familia trabalhou com pedras já que Steiner era o nome dado a quem trabalhava com pedras preciosas).



No sul do Brasil temos o costume de dizer: meu sobrenome é tal e minha descendencia é de tal país. 

Pois bem, do lado dos Belli podemos então dizer que nossa descendencia é austríaca por parte de Sebastian Belli e alemã por parte de Maria Gertrud Steiner. O unico "senão" seria que a região de onde Sebastian partiu esta atualmente localizada na Italia - foi tirada da Austria e entregue a Italia em 1919 depois da primeira guerra. 

Mesmo assim, os "tiroleses do sul" não se consideram nem austriacos, nem italianos, consideram-se Tiroleses (coisas da Europa). Segue um video sobre como está Bolzano atualmente. Se voce pensa em vir para a Europa, considere uma passada lá na cidade de onde Sebastian partiu, Otzi te espera (quer saber quem é Otzi??? Ele mais conhecido cidadao de Bolzano, tem até um museu).

p.s. muitos falam que os tiroleses escolheram o vale do Itajaí por causa das montanhas .... vejam o video e tirem suas conclusões.

p.s.2. Bolzano para os italianos e Bozen para os austriacos.

p.s.3. As placas estão escritas em alemão e italiano e boa parte da população prefere falar o alemão. Zm


31 de julho de 1876, data de chegada de Sebastian Belli no Brasil. Mais de tres semanas de viagem no barco a vapor de nome Ester que saiu do porto de Genova, Italia. Na relação de passageiros apresentada no embarque e desembarque consta o nome do passageiro de numero 169: Valentino Belli, 61 anos. Lugar de nascimento - Tyrol. Nação - Austria. Profissão - agricultor.


Passageiro de numero 170: Sebastian Belli (depois conhecido somo Sebastião Belli). Lugar de nascimento - Tyrol. Nação - Austria, Profissão - agricultor. Observação - ferreiro


Valentino faleceu logo após a chegada no Rio de Janeiro (provavelmente de insolação) e Sebastian ficou sozinho, sem falar a lingua local. 


Existe um "vácuo" desde o desembarque de Sebastian no Rio de Janeiro até sua chegada em Brusque mas, provavelmente ele deve ter seguido do Rio até S. Francisco e de lá para Brusque, ainda em 1876. Caso alguém no grupo tenha essa informação, agradeço o compartilhamento.


Esse ano estamos completando 145 anos da chegada de Sebastian ao Brasil. Como todo bom austríaco ele com certeza faria uma festa para comemorar .... será que teremos alguma "festa Belli" esse ano para comemorar a data? Fica o desafio.





Nomes


Okay, essa foto não é antiga. Aqui temos dois "Bellis". Minha filha Maria Luiza e meu filho Vicente (nome também do meu avô Vicente Belli).

Mas .... quantos nomes temos em nossa árvore geneológica a partir do patriarca Sebastian e das Matriarcas Maria Gertrud e Ana Maria (primeiro e segundo casamento de Sebastian)?

Nas pesquisas que foram feitas (pesquisei em varios sites e tomei como base os estudos de Marcio Nelson Belli de Blumenau (que possui um site sobre a familia) e de Carlos Steiner (que já escreveu um livro sobre os Steiner). O resultado foi praticamente o mesmo em relação a familia Belli: somente chegamos até Valentin Belli (pai de Sebastian). Depois disso não encontramos mais dados.

Entretanto, do lado da esposa de Sebastian Belli – Maria Gertrud Steiner – chegamos ao total de 12 gerações a partir da minha e nessa busca encontrei o nome Maria já no século XVI.

Outros nomes bastante utilizados são: Ana (ou Anna) e Gertrud (ou Gertrudis ou Gertrudes).

Nomes femininos encontrados (obs. nomes encontrados a partir dos filhos de Sebastian e Maria Gertrud para trás. Se eu fosse colocar todos os nossos nomes - dos descendentes - .... acredito que nunca terminaria). Mas vamos lá:

Mãe de Sebastian - Josefa


Esposa de Sebastian - Maria Gertrud (primeiro casamento) e Ana Maria (segundo casamento)


Irmãs de Sebastian:

Elisabeth

Anna Maria

Josefa

Madalena Maria


Filhas de Sebastian

Luiza Maria

Gertrudes

Alice

Ana


Pelo lado da esposa de Sebastian, Maria Gertrud Steiner, temos os seguintes nomes femininos:

Gertrud (mãe de Maria Gertrud Steiner)

Maria Clara

Margaretha

Maria Gertrud

Margretha

Sofia

Maria Gertrudis

Anna

Maria Catharina

Gertrud

Sybilla

Gudulla

Anna Maria

Maria Catharina

Anna Catharina

Elisabetha

Gertrudis

Susanna

Anna Gertrudis

Maria Elisabeth

Dorothea

Catharina

Petronella

Não consegui os nomes dos ascendentes do segundo casamento de Sebastian, caso alguem tenha, favor compartilhar.


Bônus

Para quem veio da familia de Leão Belli (filho de Sebastian) ainda temos:

Esposa de Leão Belli (1ª. Esposa):

Regina

Nomes femininos que vieram do lado de Regina Bohn

Thereza

Felipina

Rosa

Catharina

Olga

Elisabeth

Veronika

Teresa

Maria Victoria

Eva

Maria Gertrude

Barbara

Mariam

Annae

Johanna

Ursula

Maria Margaretha

Maria Elisabeth

Maria Veronica

Marianna

Theresia

Philipina

Jacobinae

Monica

Louisa

Clara

Appolonia

Francisca


Muitos nomes não foram encontrados já que não existia certidão de nascimento e sim, certidão de batismo.

Então .... se tivermos alguma Belli grávida pensando em algum nome feminino e querendo homenagear o passado como eu fiz com esses dois da foto, segue várias dicas.

p.s. Das várias histórias que eu li, posso dizer que as mulheres da familia Belli são mulheres "de fibra", mas isso é história para outro post.




Nomes  Agora chegou a vez dos nomes masculinos. Na foto estamos eu e meu filho Vicente na frente da placa da rua que homenageia o nosso patriarca: Sebastian Belli quando saiu da Austria e Sebastião Belli no Brasil.
O nome mais antigo que encontrei em nossa linhagem é o de Johann Jacob, nascido na Alemanha em 1629 e, também falecido na Alemanha no ano de 1679. 
O nome feminino mais encontrado na familia foi "Maria", já em relação aos homens encontrei vários "Johann" e sua derivação "Johannes".

Segue a lista: 
Nomes masculinos:
Pai de Sebastian:
Valentin 

Irmãos de Sebastian:
Peter
Franz
Josef
Vigil Andreas
Alois

Filhos de Sebastian
Pedro
Francisco
Leão
Carlos
José
Teodoro
Antonio
João

Pelo lado da esposa de Sebastian, Maria Gertrud Steiner, temos os seguintes nomes masculinos:
Peter
Hubert
Max
Henricus (ou Henrique)
Cristianus (ou Cristiano)
Sebastian
Andreas
Caspar
Franciscus (ou Francisco)
Joes
Antonius (ou Antonio)
Martinus (ou Martinho)
Carolus
Johannes
Josephus
Bartholomaus
Cornelius
Conrad
Johann
Thomae (ou Thomas)
Philippus
Euerhardus
Joes
Petrus
Wilhemus

Bônus
Para quem veio da familia de Leão Belli (filho de Sebastian) ainda temos:
Vicente (filho de Leão e meu avô)
Baltazar
Francisco
Pedro
João
Nomes masculinos que ascendentes ao de Regina Bohn, esposa de Leão.
Franz
Johannes
Johann
Raimund
Theodor
Wendelin
Friedrich
Jacob
Thomas
Georgius
Nicolaus
Constantin
Leo
Merdardus
Moritz
Damianus
Henricus
Dominic
Eberhard
Simon
Johann Jacobus
Johann Georgius
Johann Benedictus
Johann Adam
Franciscus
Bernhard
Joh

PARTE II - Embarque no porto de Genova.
Continuando a história do meu primeiro post ....
"Depois de tres dias de viagem Valentin e Sebastian Belli chegaram a cidade de Genova na Italia. Sebastian trazia roupas e ferramentas pois sabia que ao chegar ao Brasil deveria achar um emprego rapidamente. Na sua maleta tambem carregava um pouco de queijo e pão do sul do tirol, ultimos resquicios de sua terra natal que ele, sem saber, jamais veria novamente, bem como jamais veria novamente os seus irmãos e irmãs.

O porto de Genova estava um caos naqueles dias: navios de todas as partes seguindo para os países da America do Sul e Estados Unidos. Imigrantes italianos se juntavam aos suiços, franceses e austriacos cada um falando a sua lingua tentando encontrar seu barco, agarrando fortemente seus pertences e puxando sua familia pelos braços naquele mar de imigrantes esperançosos.
A passagem foi em parte custeada pelo imperador D. Pedro II, motivo pelo qual viajaram em terceira classe.
Ao chegar na ponte de acesso ao navio, Valentin e Sebastian apresentaram seus bilhetes e no dia 30 de junho de 1876, pai e filho embarcaram no navio vapor de nome "Ester" que saiu naquele mesmo dia com destino ao novo mundo, com destino ao Brasil. A partir daquele ponto seriam quase quatro semanas de viagem até chegar ao Rio de Janeiro. 
Junto com Valentin e Sebastian seguiam também a fé em Jesus Cristo e a esperança de uma vida melhor. 
No fim do dia o barco a vapor zarpou com 283 passageiros e se afastou do porto de Genova. Os imigrantes então se aglomeraram na popa para dar seu ultimo adeus ao solo Europeu. Uma nova vida começava. 

p.s. essa narraçao se baseia nos livros e artigos que li e que contam a história dos imigrantes trentinos que vieram ao Brasil no final do século XIX. 

p.s.2. Em anexo vide cópia do Arquivo Nacional do Rio de Janeiro do registro mostrando a chegada de Sebastian Belli: Austriaco, católico, solteiro, 20 anos e agricultor (que exercia tambem a profissao de ferreiro e mais tarde de homeopata).

Sabe mais alguma coisa de Sebastian Belli??? conta aí pra nós.


Boa noite familia.

Uma pergunta que ja me fizeram mais de uma vez: até onde eu consegui chegar com a pesquisa de ancestralidade?
Como ja falei anteriormente, do lado da familia Belli não consegui ir além de Valentin Belli (no caso, meu trisavo). Entretanto, nosso patriarca Sebastian Belli chegou ao Brasil e se casou com Maria Gertrud Steiner, no caso, nossa tataravó. E, por esse lado da familia consegui chegar longe na pesquisa, bem longe.
Vamos voltar ao passado? Irei dar o nome da pessoa, datas e o que estava acontecendo no Brasil e no mundo para fazermos um paralelo na história.
Maria Gertrud Steiner. Nascida na Alemanha. 1852 – 1898. Filha de Peter. (nesse tempo, em 15 de novembro – segundo dizem, por acidente – o Brasil deixou de ser império para se tornar uma republica. Nos EUA em 1861 rolou uma guerra estupida – aliás, todas são – entre norte e sul, a Guerra Civil norte-americana). Maria Gertrud e seu pai Peter já se encontravam em nosso país nessa época.
Peter Joseph Steiner. Nascido em Hoenningen Rhein, Alemanha. 1823 – 1907. Filho de Betram. (lá fora Charles Darwin escrevia sobre a origem das espécies em 1859 afirmando que o homem veio dos macacos e no Brasil em 1888 era abolida a escravatura – ou seja como Sebastian chegou da Austria em 1876 ele deve ter visto a escravidao no Brasil).
Bertram Steiner, nascido em Waldbreitbach, Alemanha. 1782 – 1834. Filho de Johann. (no Brasil, em 1822 era declarada a independencia, na França, ali perto, em 1789 estava rolando a Revolucao Francesa. Em 1809 Napoleão invadiu nossa cidade aqui na Austria (Graz) e cercou o palácio ameaçando destruir a cidade. Pouco sobrou do morro aonde hoje esta nosso biergarten preferido - veja aqui https://www.youtube.com/watch?v=0z7VSA4kzcA. ). Da pra saber então porque aqui “amamos Napoleão”.)
Johann Bertram Steiner, nascido em Waldbreitbach, Alemanha. 1736 – 1801. Filho de Goswin. (ali do lado na Inglaterra em 1780 começava a revoluçao industrial. Os EUA se tornavam uma naçao independente).
Goswin Steiner, nascido em Rhineland, Prussia (hoje Alemanha). 1664 - ?????. Filho de Johann. (Na Inglaterra Newton depois de levar uma maçazada na cabeça escrevia a lei da gravidade).
Johann Jacob Steiner, nascido em Waldbreitbach, Alemanha. 1626 – 1676. Filho de Jacob. (Na India em 1649 um mega tumulo chamado Taj Mahal era finalmente terminado)
Jacob Steiner, nascido em Waldbreitbach, Alemanha. 1602 - ???? (ali perto na Italia em 1610 Galileu Galilleu fazia várias descobertas astronomicas com um telescópio inventado por ele, mas não contou para os padres para não morrer na fogueira).
Ou seja, o mais longe que consegui chegar foi no ano de 1602. Marcio Belli de Blumenau e Carlos Steiner que tambem pesquisaram a familia tambem chegaram a essas datas sendo que Carlos trabalhou avidamente nesses registros pelos lados da familia Steiner.
Bonus para quem descende de Leão Belli. Seguindo a linha de sua esposa Regina Bohn, encontrei que o mais antigo antepassado é Michael Rupp (1625 – 1695). Protestante de Untermunkhein, Alemanha.
Existe outra um pouco mas antiga que chegou até 1590 mas ela esta um pouco incerta, motivo pelo qual prefiro seguir a linha “Steiner”.
Lamentavelmente não temos nenhum nobre na familia e nem brasão, mas pelo menos sabemos de onde viemos ... e faz tempo.

p.s. foto de Peter Steiner, pai de Maria Gertrud Steiner e meu trisavo.


PARTE III – Adeus porto de Genova, adeus Europa.

A Austria, o Tirol, a Italia, tudo agora era passado. Brasil, novas terras, oportunidades, esse era o futuro.
Sebastian e Valentin teriam mais de 3 semanas de viagem no pequeno barco a vapor. Até 1901 as normas sanitárias eram inexistentes e os armadores se aproveitavam para lucrar com o exodo de pessoas que seguiam rumo ao Brasil, Argentina ou Uruguai oferencendo barcos aonde a limpeza era precaria e o conforto inexistente.
 
Os Austriacos oriundos do Sul do Tyrol tambem eram conhecidos como trentinos e sua identidade era fortemente baseada na religião católica e na fidelidade ao Imperador da Áustria, Francisco José I. 
Em relação à religião, a Itália, ao se unificar em 1870, conquistou militarmente Roma e outros territórios da Igreja, por isso o Papa excomungou o reino italiano, considerando-o um Estado ateu. Por serem fiéis ao catolicismo, os trentinos preferiam ser súditos austríacos a pertencer ao Reino da Itália, um Estado condenado pelo Pontífice. 
Os trentinos não eram considerados nem italianos nem austríacos pelos demais italianos. Havia uma rivalidade entre os dois que se acirrou durante a Primeira Guerra Mundial (1914-1918), quando os países lutaram em lados opostos. As diferenças tornaram-se mais evidentes no Brasil aonde os austriacos mantiveram a fé na igreja católica, um estilo de vida conservador, lealdade ao imperador (ou ao governante depois do fim do império) e aos costumes familiares enquanto os italianos – que se concentraram mais no Rio Grande do Sul – recebiam com mais facilidade o liberalismo, o socialismo e a independencia dos colonos em relaçao a igreja. (Parte dos italianos abraçou o anarquismo e chegaram a a fundar uma colonia no Paraná baseada nesse sistema politico). 
As travessias geralmente eram marcadas pelos desentendimentos entre passageiros, pela morte de recem-nascidos, morte de idosos, flertes entre os viajantes, pelo calor escaldante na regiao dos tropicos, pela tradicional festa quando o navio atravessava a linha do Equador e pela emoção do primeiro avistamento da nova terra  que marcava o fim da viagem e a esperança de um novo começo. 
O jornalista italiano Edmondo De Amicis - que fez essa travessia varias vezes acompanhando os emigrantes - ao chegar ao destino e dirigindo-se aos Sul Americanos certa vez escreveu:
“Vocês vão receber bem essa gente, não é verdade? São voluntários corajosos que vão aumentar o exército com que vocês conquistarão um mundo. São pessoas boas, acreditem; são trabalhadores, sóbrios e pacientes, não emigram para enriquecer, mas para dar de comer aos filhos, e se afeiçoarão facilmente à terra que lhes dará a sobrevivência. São pobres, mas não por não terem trabalhado; são incultos, mas não por culpa deles, e orgulhosos quando se fala sobre seu país, mas porque têm a consciência confusa de uma antiga grandeza e glória; às vezes são violentos, mas vocês, netos dos conquistadores do México e do Peru, também o são. Deixem que amem e se orgulhem da pátria mesmo de longe, porque se fossem capazes de renegar a própria, não seriam capazes de amar a vossa. Protejam-nos dos comerciantes desonestos, façam-lhes justiça quando a pedem, e não os deixem sentir, pobres coitados, que são intrusos e tolerados. Tratem-nos com bondade e amabilidade.
Ficaremos muito gratos! Eles são o nosso sangue, nós os amamos; vocês são uma raça generosa, nós os entregamos com toda a nossa alma!”
Com muita coragem, ousadia e esperança de uma vida melhor, Sebastian e Valentin avistaram as terras brasileiras pela primeira vez no dia 31 de julho de 1876 e desembarcaram no Rio de Janeiro. 
Na lateral do barco Sebastian vislumbrou as novas terras com um certo receio mas também maravilhado pela geografia de um Rio de Janeiro imperial. Valentin, ao seu lado, era idoso para a época - 61 anos - e durante a viagem já havia demonstrado cansaço devido as acomodações desconfortáveis da terceira classe e pelo ambiente extremamente insalubre.  
Na esperança do olhar de Sebastian estava o futuro da familia. Começava ali, no porto do Rio de Janeiro, a historia da familia Belli no Brasil.

p.s. Os dados comos as datas e nomes são reais. A narrativa da viagem foi baseada em artigos, livros e estudos dos costumes e viagens que os “trentinos” fizeram durante a travessia da Italia ao Brasil entre 1874 e 1900 e artigos relatando o pós guerra no Brasil. Deixo como dica um excelente livro que relata uma dessas viagens: “Em Alto mar: Uma travessia de emigrantes italianos” de Edmondo De Amicis.

p.s.2. As fotos foram retiradas da internet e tentam trazer a imagem do emigrante proveniente da Europa para a América do Sul no fim do século XIX.











Um  encontro , novos dados.

As vezes a vida nos traz gratas surpresas como a de semana passada quando, por acaso, descobri uma parente distante que tambem esta buscando informaçoes sobre a familia Belli. A diferença é que ela é bisneta de Madalena Maria Belli, filha de Valentin e irmã de Sebastian. 
Hoje essa parente de nome "Jaqueline Stocker" mora na Alemanha e, graças as pesquisas dela e da familia, consegui encontrar mais informaçoes sobre os antepassados Belli.
Os pais de Valentin se chamavam Valentino Belli e Margherita Caineli. Os pais da esposa de Valentin (Elisabeth Josefina Michaela Belli) se chamavam Gaspare Zeni e Elisabeth Boninsegur. Enfim, por enquanto chegamos até 1763 (quando o Brasil ainda era colonia de Portugal e a Revolucao Francesa ainda não tinha acontecido).
Além dos nomes masculinos citados ainda encontramos: Domenico, Peter, Joachini, Girolamo e Donato.
Nomes femininos: Annae, Armalina.
Sobrenomes: Pedroti, Benigni, Zeni, Cainelli, Boninsegur.
Todos moravam em cidades próximas, no Tirol Sul aonde na época era considerado Império Austriaco  (possuindo assim a cidadania Austriaca, apesar dos nomes e sobrenomes italianos). Hoje a região pertence a Italia. Vide abaixo o mapa com a localizaçao de Bolzano, Mezzolombardo e Sopramonte (cidades aonde os citados acima moraram) e a localizacao de Milão, Genova (de onde partiram para o Brasil) e Veneza para que voce possa ter uma idéia da localizaçao. 
Passando a COVID iremos visitar essa região que, como voces poderao ver nas fotos abaixo.... é fantastica. Mais alguem quer ir?





PARTE IV – DA ESPERANÇA A TRISTEZA (...e uma lição aprendida 144 anos depois).
"Tú és o sonho de todos os teus antepassados" (Bert Hellinger)

Ano de 1876, Rio de Janeiro. Ao redor do porto do varias pensões recebiam estrangeiros vindos da Europa. Alemães, Italianos, Franceses, Suiços, Espanhóis, Portugueses, Austríacos e uma grande quantidade de eslavos chegavam diariamente ao porto do Rio. Seguindo os outros imigrantes, Valentin e Sebastian trataram logo de procurar um local para se estabelecer enquanto cuidavam dos tramites para seguir adiante visando conquistar as novas terras. Desde o desembarque Valentin apresentava um cansaço incomum para um homem acostumado ao trabalho pesado da roça. Mesmo assim, depois de deixar os pertences na estalagem , pai e filho saíram para conhecer o Rio de Janeiro colonial e se espantaram não somente com a natureza exuberante mas também com a cor de pele dos negros (algo novo para eles) e com os horrores da escravidão que somente seria abolida em 1888.
Não sei se foi o descuido com o sol ou o cansaço da viagem mas, ao voltar para a estalagem  Sebastian e Valentin sentiram na pele os efeitos dos trópicos: Depois de tanto sol no navio e no passeio pelo Rio de Janeiro, pai e filho apresentavam a pele avermelhada queimada do sol mas Valentin apresentou um quadro mais grave de insolação que logo começou a se agravar. Preocupados, ambos adiaram os planos de seguir viagem para uma das colonias européias que naquela época se multiplicavam pelo Brasil e decidiram alongar a estadia na “cidade maravilhosa” para aguardar a recuperação de Valentin.
Passados os dias a recuperação não veio e em menos de um mes da chegada ao Brasil Valentin piorou seu estado de saúde vindo a falecer (talvez o cansaço da viagem aliado a insolação levou a energia daquele idoso de 61 anos – sim, para a época alguem de 61 anos era considerado de idade avançada). 
Junto com Valentin morreu também o sonho de conquistar novas terras para plantar, o sonho de ganhar dinheiro e de trazer os outros filhos ao Brasil. Morreu com Valentin a esperança de uma vida melhor para a familia.
Sebastian, entao com 20 anos, ficou sozinho. Não falava o portugues, não tinha parentes, deveria pagar os custos da viagem ao governo brasileiro e informar os irmãos que ficaram em Bolzano sobre a morte do pai. Deveria providenciar o enterro e decidir para onde ir: voltar para a Austria ou seguir conforme o planejado? Aconselhado por outros austríacos e alemães, Sebastian então decide seguir para o sul do Brasil, destino de muitos europeus. Uma região com muitas colonias aonde a lingua mais falada era o alemão além de ser um local aonde o sol, que tanto o havia castigado, era mais ameno do que no Rio de Janeiro.
Ele então providenciou o enterro de acordo com o rito católico, escreveu para seus irmão mais velhos sobre o infortúnio, comprou uma passagem num barco rumo a Santa Catarina e seguiu adiante.
E em agosto de 1876 Sebastian estava novamente no porto do Rio de Janeiro para seguir seu destino: sozinho, com pouco dinheiro e muitas dívidas, confuso, triste pela morte do pai, mas com a esperança de que a sorte iria mudar. Depois de tanta tristeza e provações, ele olha as montanhas do Rio de Janeiro pela última vez e se lembra da alegria da chegada ao novo país e a tristeza desse mesmo local ser o local do descanso derradeiro de Valentin, seu pai. Lembrou das montanhas de sua cidade, dos Alpes, sentiu saudades dos irmãos mas sabia também que não era hora de olhar para trás.  Ele então pega seus poucos pertences e sobe no barco que o levaria rumo ao sul do Brasil. 
Em outubro de 1876 em Bolzano, Império Austríaco, Elizabeth, Alois e Valentin, os irmão mais velhos recebiam uma carta vinda do Brasil. Apressadamente os irmãos começam a ler a carta na esperança de que tudo havia seguido conforme o planejado mas, a esperança logo se tornou em tristeza: “Papai esta junto a nosso Senhor, nos braços da virgem Maria. Eu estou seguindo para o sul do país. Mandarei noticias”.

Agosto de 2020, exatos 144 anos depois da chegada de Sebastian e Valentin ao Brasil. 
O avião decolou do aeroporto de Frankfurt na Alemanha. Sigo o trajeto da aeronave pelo aplicativo de celular e menos de 40 minutos depois da decolagem estamos sobrevoando a Austria. 
Austria, nosso novo lar com meu novo emprego, com nosso novo futuro. Sinto uma certa insegurança já que viajo com parte da familia em plena pandemia da COVID (minha filha ficou no Brasil para terminar os estudos). Não domino a lingua alemã, devo correr atras de toda papelada da imigração e visto de trabalho, buscar uma casa, escola nova para meu filho, adaptação ao novo país, ao novo emprego, novo tipo de alimentação e estilo de vida. Deixei familia e amigos e mais uma vez tenho que me adaptar a mudanças já que havia saído do Brasil em 2016 para trabalhar na sede da empresa Harley-Davidson nos Estados Unidos e havia trocado a zona de conforto por um novo desafio. 
Quando o avião aterrisou no aeroporto de Graz na Austria eu lembrei de tudo o que meu tataravô havia passado e que acabei de relatar. Comparei com minha situação e cheguei a sentir vergonha do meu receio. Pode parecer invenção, pode parecer superstição ou talvez engano mas ao chegar na Austria eu quase escuto meu tataravô falando: “bem vindo de volta a Austria meu querido Belli”.

p.s. Como já falei anteriormente, estou escrevendo esse “livro” - que não será editado - para meu filho e minha filha. Quero que eles saibam de onde vieram e busquem nas suas origens exemplos e força para os desafios que a vida traz. Por causa disso, algumas vezes eu acabo incluindo esse toque mais pessoal da minha vida como este parágrafo final. Se for guardar esses dados, pode retirar esse parágrafo. Texto livre.
p.s.2. Voce assistiu o filme da Disney “A vida é uma festa”? Ele fala sobre como devemos honrar e lembrar de nossos antepassados. Se puder, depois de ler esse texto, lembre de Valentin e Sebastian em tuas orações. Sem a ousadia e coragem deles, voce não existiria.
p.s.3. Tentei descobrir o local do sepultamento de Valentin e a data exata do embarque de Sebastian para o sul mas sem sucesso. Caso voce tenha alguma informação sobre isso, favor compartilhar.
p.s.4. Não sou escritor, por isso, caso encontre erros de portugues ( e com certeza eles existem) me avise para que eu possa corrigir.
p.s.5. A ilustração desse post é de Gertrud Steiner e Sebastian Belli.
p.s.6. um bom final de semana a todos.



Sebastian Belli

Foto em sépia. Nosso patriarca Sebastian Belli. Profissão: Ferreiro - em 1876 ele era encarregado de colocar cavalos e carroças para rodar por Brusque.
Foto em preto e branco. Meu avô Vicente Belli. Profissão: Mecânico de carros e caminhões - 40 anos de profissão, ele era encarregado de colocar carros a diesel e gasolina para rodar em Brusque.
Foto colorida. Eu e meu filho (também Vicente Belli). Minha profissão: Projetista de veículos autônomos, sou responsável de projetar carros elétricos para rodar sem motoristas.
Meu filho Vicente Belli .... quem sabe?

140 anos nos separam mas mantemos o mesmo ideal: mobilidade, deslocamento, veículos...... As vezes saber sobre nossos antepassados não é tão somente saber o nome dos nossos tataravós mas é também entender algumas escolhas, gostos, tradições, preferencias. Recuperar o passado é entender o presente.



















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