Alcatéia (des) Humana





Alcatéia (des) Humana



Carmen Fossari




I

O poema ( que não escrevi )

Caiu palavra a palavra na história

Devorada por uma alcatéia humana.

Uivando em salas e jantares oficiosos

Sob o peso dos cofres públicos jantam

(Crianças têm fome)

Espúrios acordos, para a glória do

Além da mais valia!


II


A pós modernidade da mais valia!


III


O passo atrás para os grilhões

Férreos.

Mas eles sorriem entre eles

Para que, para quem?  um estado que oficializa ainda 

Que de forma torta , o ordenamento do humano?



IV

A  alcatéia humana quer o sangue!



V



Para que o lucro acentue ainda mais o país das 

Desigualdades

De tão intensas terras

Brasílis.

O desmonte do aparato do estado

Que tocou de leve no povo.


VI



Espanto, terror, a justiça que conclamamos

Vemos como folhas que o vento leva

 Vetado  o estado democrático

E o que sabíamos  dos filmes e livros

( ...o III Reich)

Estampa presença

No panorama de

Um estado de excessão!!

Ocluso Sol.


VII




Na linha de chegada

Medalha-se no facismo as vãs promessas

Há rios de poucos afluentes

Muito desvio , um oceano

De corruptíveis

Matilha (des) Humana



VIII


As palavras não traduzem

O ãnima  de muitos

O sonambulismo  de tantos

Incapazes de se saberem pequenas peças

De um ardiloso jogo de xadrez

Onde certamente quem perde dia a dia

Somos nós, nos dão um nó



IX




E o silêncio é cúmplice deste desmonte

Caminhamos aceleradamente para o caos


Voltamos a caminhar dentre os territórios

Que estão na linha da miserabilidade

Mas a TV oficial apregoa a retomada do

Crescimento ... 


Esta massa repulsante, uma escória
que se locupleta entre jantares. acordos e votos de

Cumplicidade no lodo da história.



X




Mas de uma esquina qualquer,

Uma ruela,

Uma vila

Na cidade  grande


De um olhar

Uma  palavra e mais outra,


 Palavras

 Costuram  um manto que toca

Na borda do horizonte

Uma  esperança que estende as mãos

E sorri, há entre a palavra e o sorriso

Um verbo , que evocamos : Lutar!

E mais outro: resistir!

E outro não: aceitar.Não !


Que  unid@s podemos  estancar esta alcatéia (dês)humana!








  









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