SETEMBRAIS
Botticelli -PRIMAVERA
SETEMBRAIS
Carmen L. Fossari
Setembrais
Iniício do tempo segundo
Do ano que galopa
Num prado de lilases
Dias, sob a relva das noites
Dos segundos que pensam serem
Eles mesmos ,asas de uma libélula.
A esquina do calendário
Escorre no rio dos sonhos
E forma um caderno
De diárias confissões
Que é preciso desempacotar o sol
Recolocar as esperanças num varal
Ao léo, ao tempo, do sem tempo
E é precido espraiar-se
Na praia que impede
Nossa vida de ser apenas
O mar e nada mais
Infinitos azuis
Borbulhantes brancasespumas
Paridas do azul da aguas
Como uma mágica
E as flores aos campos
Retiradas desejam tão somente
Retornarem nas terras tão infindas
Que se querem não mais de latifúndios
Improdutivas
E de verde e trigo
Ao pão de todos
Serem alvo.
Setembrais
O amor que recomeça
Na espera de quem zela
Por afeto
De quem aquece o corpo
Ao outro corpo que enleia
Em asas da libélula ao por do sol
E faz a noite ser mais que um mistério
Um rio caudaloso e borburante
Doces aguas que desaguam
Em setembrais.
1 de setembro de 2009
ilha
.
Comentários
Grato pelo belo poema, postado no meu blog!
bj,
jj
Em Setembro
o fim dos Eus,
já esquecidos de nascer,
já colhidos
de maduros.
O trabalho
defende-nos do abismo,
do caos...
É tempo de partilha
e crescermos juntos
até nos afogarmos
no mar da satisfação
e da plenitude.
joão jacinto
obrigada, qe o rio da vida
desgua num oceano de mistérios
beijo
carmen